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Manchester à Beira-Mar CRÍTICA

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Crítica de Manchester à Beira-Mar (2016)

Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea, no título original) é um drama sensível e complexo que, através de uma narrativa emocionalmente carregada, explora o luto, a culpa e a reconciliação. Dirigido por Kenneth Lonergan, o filme se tornou uma das produções mais aclamadas de 2016, recebendo prêmios importantes, incluindo o Oscar de Melhor Roteiro Original. A obra é um retrato tocante da dor humana, da dificuldade de seguir em frente após tragédias pessoais e da luta interna para encontrar algum tipo de redenção.

Enredo: A Tragédia de Lee Chandler

A história de Manchester à Beira-Mar gira em torno de Lee Chandler (interpretado por Casey Affleck), um homem de temperamento fechado e aparentemente distante, que leva uma vida solitária como zelador de um condomínio. No entanto, sua rotina monótona é interrompida quando ele recebe a notícia de que seu irmão Joe (Kyle Chandler) faleceu devido a uma doença cardíaca. Ao retornar à sua cidade natal, Manchester-by-the-Sea, Lee descobre que ele foi nomeado responsável pelo sobrinho adolescente, Patrick (Lucas Hedges), que fica temporariamente sem os pais.

Ao longo do filme, é revelado que Lee tem um passado marcado por uma tragédia pessoal devastadora que o assombra e que, de certa forma, define quem ele é no presente. Esse passado traumático é explorado aos poucos, de forma não linear, por meio de flashbacks que mostram o relacionamento de Lee com sua ex-esposa Randi (Michelle Williams) e os eventos que o levaram a se afastar de sua cidade e de sua família.

Com o peso de seu passado e a responsabilidade repentina pelo sobrinho, Lee se vê confrontado com suas próprias falhas e a dor de seu sofrimento, enquanto tenta equilibrar sua obrigação para com Patrick com a luta interna para lidar com a perda e a culpa que carrega.

A Profundidade das Relações Familiares

O que torna Manchester à Beira-Mar tão poderoso é a maneira como ele trata as complexas relações familiares e os sentimentos conflitantes de amor, culpa e perdão. O filme nunca tenta simplificar a dor de seus personagens, mostrando que os laços familiares, mesmo em meio ao sofrimento, podem ser ao mesmo tempo fontes de conforto e de grande angústia.

A dinâmica entre Lee e seu sobrinho Patrick é central para a história. Enquanto Lee, um homem traumatizado, tenta assumir a responsabilidade por Patrick, o jovem é retratado como alguém tentando seguir em frente de sua maneira, sem mostrar muitas emoções. Patrick, que também enfrenta a perda de seu pai, expressa sua dor de uma forma mais contida, com seu foco na vida cotidiana e nas pequenas distrações, como sua vida amorosa e suas atividades esportivas. Essa diferença de abordagens sobre o luto é um dos pontos altos do filme, pois traz uma sensação de autenticidade e de profundidade nas relações familiares.

A interação entre Lee e Patrick revela muito sobre o impacto do luto e da perda, com Lee tentando proteger seu sobrinho de algum sofrimento adicional, mas sem saber como fazê-lo. Esse relacionamento também se torna o catalisador para o processo de cura de Lee, ainda que ele tenha dificuldades em aceitar ou mesmo em se perdoar.

Desempenho dos Atores: Uma Performance Brilhante de Casey Affleck

A atuação de Casey Affleck como Lee Chandler é um dos maiores destaques do filme. Seu desempenho é sutil, com uma carga emocional imensa, e ele consegue transmitir as complexidades do personagem com um controle magistral. Lee não é um personagem fácil de se simpatizar, especialmente quando ele se vê como alguém que falhou em suas responsabilidades familiares, mas Affleck consegue humanizar a dor de Lee, tornando o público capaz de compreender suas escolhas e sua luta interna.

Affleck traz um nível de vulnerabilidade e profundidade à sua interpretação, retratando um homem quebrado, mas ainda com alguma esperança de mudança. Sua performance lhe rendeu inúmeros prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Ator.

Lucas Hedges, que interpreta Patrick, também se destaca como o sobrinho confuso e em busca de uma identidade, lidando com seu próprio luto de uma maneira mais pragmática e até mesmo humorística. Sua atuação é cativante e empática, equilibrando bem os momentos mais leves e os pesados do filme. Michelle Williams, embora tenha uma participação mais curta, entrega uma das cenas mais emocionantes do filme, com uma atuação comovente e carregada de arrependimento.

Direção e Roteiro: A Marca de Kenneth Lonergan

Kenneth Lonergan, que também é responsável pelo roteiro, tem um talento impressionante para criar personagens tridimensionais e situações de luto que são emocionalmente complexas e reais. A forma como ele desenvolve a história é natural e sem pressa, permitindo que o público realmente se conecte com os personagens e compreenda as suas motivações. O roteiro é repleto de nuances e, ao mesmo tempo, simples, sendo uma prova de como um bom roteiro pode transformar uma trama aparentemente simples em uma obra-prima.

Lonergan também tem um dom para equilibrar a seriedade e a melancolia do tema com momentos de leveza e até humor. Embora o filme seja, sem dúvida, um drama pesado, há instantes de humanidade e de interação genuína entre os personagens que aliviam a tensão emocional sem diminuir a seriedade da história.

A direção de Lonergan é marcada por um ritmo contemplativo, no qual ele permite que a câmera respire e capture os momentos silenciosos que são tão importantes para o entendimento das emoções dos personagens. Ele também usa os flashbacks de maneira eficaz, revelando o passado de Lee de forma gradual e sem pressa, o que contribui para o desenvolvimento de seu arco emocional.

Temáticas do Filme: Luto, Perda e Redenção

Manchester à Beira-Mar trata de temas universais, como o luto, a perda e a busca por redenção. A dor é apresentada de uma maneira crua e realista, e o filme não tenta oferecer soluções fáceis ou finais felizes. Ao invés disso, ele propõe que a cura é um processo demorado e complexo, onde os personagens precisam confrontar suas falhas e aprender a lidar com suas emoções de maneira gradual.

O filme também reflete sobre a culpa e como ela pode ser um fardo difícil de carregar, especialmente quando a tragédia está relacionada a escolhas passadas. Lee, em particular, é um personagem marcado pela culpa, e seu sofrimento é algo que ele tenta evitar, mas ao mesmo tempo, ele sabe que não pode escapar dele.

Há, também, uma reflexão sobre a capacidade de reconciliação e perdão, tanto consigo mesmo quanto com os outros. O relacionamento de Lee com sua ex-esposa, Randi, é particularmente doloroso, pois ambos lidam com o peso de um passado que não podem mudar. No entanto, a história de Lee e Randi sugere que, mesmo diante da dor mais profunda, ainda há uma chance para o perdão, embora isso não signifique que tudo será resolvido de maneira simples.

Conclusão: Um Filme Intenso e Comovente

Manchester à Beira-Mar é um filme profundamente tocante e angustiante, mas também cheio de humanidade. Através de sua história de dor e reconciliação, o filme aborda questões emocionais que são universais, mas ao mesmo tempo, é uma história específica de uma cidade marcada pela perda e pela dificuldade de seguir em frente. As performances impressionantes de Casey Affleck e Lucas Hedges, combinadas com a direção sensível de Kenneth Lonergan, tornam este um filme inesquecível e profundamente impactante.

Com um roteiro brilhante, personagens complexos e uma história emocionante, Manchester à Beira-Mar é um filme que vai deixar uma marca profunda no espectador. Apesar de sua natureza sombria e dolorosa, ele oferece uma mensagem poderosa sobre o sofrimento humano, a luta interna e a capacidade de encontrar a cura, mesmo quando parece impossível.

Nota Final: 9/10

Uma obra profunda e emocionalmente devastadora, Manchester à Beira-Mar é um dos grandes filmes de sua geração, tratando de luto e culpa de forma sensível e cativante.

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Publicado em:Diário do Flogão - Previsão do Futuro e do Passado | Máquina do Tempo Online

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