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O Evangelho de Paulo – COMPLETO

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O Evangelho de Paulo: Uma Análise Teológica e Histórica

Introdução

O apóstolo Paulo é uma das figuras mais influentes do cristianismo primitivo, tendo desempenhado um papel fundamental na disseminação da mensagem de Jesus Cristo. Suas epístolas, que compõem uma parte significativa do Novo Testamento, articulam uma compreensão teológica do evangelho que moldou a doutrina cristã primitiva e continua a ser um ponto de referência para a teologia cristã contemporânea. O objetivo deste artigo é examinar a concepção paulina do evangelho, explorando seus principais elementos teológicos e seu impacto histórico.

O Contexto do Evangelho Paulino

A mensagem de Paulo está profundamente enraizada em sua experiência de conversão e em sua missão de levar o evangelho aos gentios. Antes de sua conversão, Paulo (então Saulo de Tarso) era um fariseu zeloso e perseguidor dos cristãos. Sua transformação ocorreu em um encontro dramático com Cristo no caminho para Damasco (Atos 9), o que redefiniu sua compreensão da justificação e da graça divina.

Os Elementos Centrais do Evangelho de Paulo

Justificação pela Fé

Um dos temas centrais da teologia paulina é a justificação pela fé. Em cartas como Romanos e Gálatas, Paulo enfatiza que a justificação diante de Deus não ocorre por meio das obras da Lei mosaica, mas pela fé em Jesus Cristo (Rm 3:28; Gl 2:16). Essa doutrina teve grande impacto na Reforma Protestante e continua sendo um pilar da teologia cristã.

A Graça e a Redenção

Paulo enfatiza que a salvação é um dom gratuito de Deus, concedido pela graça e não pelos méritos humanos (Ef 2:8-9). Ele descreve Jesus como aquele que, por meio de sua morte e ressurreição, reconciliou a humanidade com Deus (Rm 5:10; 2Co 5:18-19).

A Centralidade de Cristo

A cristologia paulina coloca Cristo como o centro da fé. Ele é apresentado como o “segundo Adão”, cuja obediência contrasta com a desobediência de Adão (Rm 5:12-21). Cristo é também descrito como a “cabeça do corpo”, que é a Igreja (Ef 1:22-23), enfatizando a sua soberania e o papel dos crentes como membros do corpo de Cristo.

A Nova Aliança

Paulo argumenta que, em Cristo, uma nova aliança foi estabelecida, substituindo a Antiga Aliança baseada na Lei mosaica (2Co 3:6). Esse novo pacto é fundamentado no Espírito, que transforma os crentes e os capacita a viver em conformidade com a vontade de Deus.

O Impacto Histórico do Evangelho de Paulo

A influência de Paulo transcende sua época. Durante o período patrístico, teólogos como Agostinho de Hipona interpretaram suas cartas para formular doutrinas como o pecado original e a graça irresistível. Na Idade Média, suas ideias foram reinterpretadas dentro do contexto da teologia escolástica. Na Reforma Protestante, Martinho Lutero e João Calvino usaram a doutrina da justificação pela fé como base para contestar a Igreja Católica Romana.

Conclusão

O evangelho de Paulo apresenta uma síntese teológica que enfatiza a fé em Cristo como meio de justificação, a graça como base da salvação e a nova aliança como o modelo relacional entre Deus e a humanidade. Sua mensagem teve um impacto profundo na história do cristianismo e continua a ser objeto de estudo e reflexão teológica. Assim, compreender o evangelho paulino é essencial para qualquer análise acadêmica séria sobre o desenvolvimento da teologia cristã.


O Evangelho de Paulo

Capítulo 1: A Revelação da Graça

Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, que foi prometido por meio de seus profetas nas Escrituras Sagradas, acerca de seu Filho, que, segundo a carne, veio da descendência de Davi, e que, segundo o Espírito de santidade, foi declarado Filho de Deus com poder, pela ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor.

A vós, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. Porque eu não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu, depois do grego. Nele se revela a justiça de Deus, de fé em fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé.”

A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque as suas qualidades invisíveis, seu eterno poder e sua natureza divina, são claramente vistas desde a criação do mundo, sendo compreendidas por meio das coisas que foram criadas, de modo que tais homens são indesculpáveis.

Capítulo 2: A Nova Vida em Cristo

E vós, que éreis mortos em vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência, Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, nos vivificou juntamente com Cristo. Pela graça sois salvos, e juntamente com Ele nos ressuscitou e nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus.

Capítulo 3: A Liberdade no Espírito

Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Pois aquilo que a Lei não podia fazer, visto que estava enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e, pelo pecado, condenou o pecado na carne.

Para que a justiça da Lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que vivem segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne, mas os que vivem segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. Pois a inclinação da carne é morte, mas a inclinação do Espírito é vida e paz.

Se, porém, Cristo está em vós, o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós.

Portanto, irmãos, não somos devedores à carne, para vivermos segundo a carne. Pois, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.

Capítulo 4: A Glória da Esperança

Porque considero que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória que em nós há de ser revelada. Pois a criação aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação foi sujeita à futilidade, não de sua própria vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será liberta da escravidão da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus.

Capítulo 5: O Caminho da Fé

Justificados, pois, pela fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Por Ele também obtivemos acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não apenas isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.

Ora, a esperança não nos decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado. Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente alguém morreria por um justo; embora talvez por uma pessoa boa alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.

Logo, muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos salvos da ira por meio dele. Porque se, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida. E não apenas isso, mas também nos gloriamos em Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem agora recebemos a reconciliação.

Portanto, assim como por um só homem o pecado entrou no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Pois antes da Lei o pecado já estava no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é figura daquele que havia de vir.

Mas a dádiva gratuita não é como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um muitos morreram, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. E o dom não é como o pecado de um só que pecou, pois o julgamento veio de um só para condenação, mas a dádiva gratuita veio de muitas ofensas para justificação.

Porque, se pela ofensa de um só a morte reinou por meio desse, muito mais aqueles que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, Jesus Cristo. Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a justificação que dá vida a todos os homens.

Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também pela obediência de um só muitos serão feitos justos. Ora, a Lei veio para que a ofensa abundasse; mas onde o pecado abundou, a graça superabundou, para que, assim como o pecado reinou pela morte, também a graça reine pela justiça para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.

Capítulo 6: A Morte e Ressurreição com Cristo

Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum! Nós, que morremos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou, porventura, ignorais que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte? Fomos, portanto, sepultados com Ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela glória do Pai, também andemos em novidade de vida.

Porque, se fomos unidos com Ele na semelhança de sua morte, também o seremos na semelhança da sua ressurreição. Sabendo isto, que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos mais ao pecado como escravos. Pois aquele que morreu foi justificado do pecado.

Ora, se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele. Sabemos que, Cristo, tendo sido ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não tem mais domínio sobre Ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.

Assim também vós, considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor. Portanto, não reine o pecado em vosso corpo mortal, de modo que obedeçais às suas concupiscências. Nem tampouco ofereçais os vossos membros ao pecado como instrumentos de iniquidade, mas a vós mesmos a Deus, como vivos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça.

Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da Lei, mas da graça. Que diremos, pois? Pecaremos porque não estamos debaixo da Lei, mas da graça? De modo nenhum! Não sabeis que, a quem vos ofereceis como servos para obedecer, sois servos de quem obedeceis, seja do pecado para a morte, seja da obediência para a justiça?

Mas graças a Deus que, embora fostes servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne; porque, assim como oferecestes os vossos membros para servirem à imundícia e à iniquidade, para iniquidade, assim agora oferecei os vossos membros para servirem à justiça, para santificação.

Porque, quando estáveis no pecado, estáveis livres em relação à justiça. Que frutificação, pois, tinhas então das coisas de que agora vos envergonhais? Pois o fim delas é a morte. Mas agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação, e, por fim, a vida eterna.

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Capítulo 7: A Luta Contra o Pecado

Sabemos que a Lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Pois o que faço, não o compreendo; pois não faço o que quero, mas o que aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, concordo com a Lei, que é boa. Mas agora, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que habita em mim.

Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum; pois o querer está em mim, mas o fazer o bem não está. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. E, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.

Assim, encontro a lei de que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que guerreia contra a lei da minha mente, e me torna prisioneiro da lei do pecado, que está nos meus membros.

Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor! Assim, então, eu, de mim mesmo, com a mente, sou servo da Lei de Deus, mas, com a carne, servo da lei do pecado.

Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Pois aquilo que a Lei não podia fazer, visto que estava enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa, e, pelo pecado, condenou o pecado na carne.

Para que a justiça da Lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne, mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte, mas a inclinação do Espírito é vida e paz.

Portanto, irmãos, estamos em débito com a carne, para viver segundo a carne, pois, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.

Capítulo 8: A Redenção e a Glória Futura

Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se é que com Ele padecemos para que também com Ele sejamos glorificados.

Considero que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Pois a criação aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação foi sujeita à futilidade, não por sua própria vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será liberta da escravidão da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus.

Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso interior, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. Pois, em esperança, fomos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.

Da mesma forma, o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos orar como convém, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos, segundo a vontade de Deus.

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito. Pois os que antes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.

Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou a Seu próprio Filho, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com Ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.

Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: “Por amor de Ti, somos entregues à morte o dia todo; somos considerados como ovelhas para o matadouro.” Mas em todas essas coisas somos mais que vencedores, por meio d’Aquele que nos amou. Pois estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Capítulo 9: A Soberania de Deus e a Misericórdia Divina

E digo a verdade em Cristo, não minto, como também minha consciência me dá testemunho no Espírito Santo, que tenho grande tristeza e contínua dor no coração. Pois eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne, os quais são israelitas, e a eles pertence a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a legislação, e o culto, e as promessas; a eles pertencem os patriarcas, e, segundo a carne, Cristo veio, o qual é Deus sobre todos, bendito eternamente. Amém.

Não obstante, a palavra de Deus não falhou, pois nem todos os que são de Israel são israelitas; nem por serem descendência de Abraão, são todos filhos; mas: “Em Isaque será chamada a tua descendência.” Isso é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são considerados como descendência. Porque a palavra da promessa é esta: “Eu voltarei por este tempo, e Sara terá um filho.” E não somente ela, mas também Rebeca, que concebeu de um só, de Isaque, nosso pai; porque, estando eles ainda não nascidos, nem tendo feito bem ou mal, para que o propósito de Deus, segundo a eleição, permanecesse, não por obras, mas por aquele que chama, lhe foi dito: “O maior servirá ao menor.” Como está escrito: “Amei a Jacó, mas aborreci a Esaú.”

Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum. Pois ele diz a Moisés: “Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer.” Assim, não depende de quem quer, nem de quem corre, mas de Deus, que usa de misericórdia. Porque a Escritura diz a Faraó: “Para isso te levantei, para mostrar em ti o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.” Logo, a quem quer, tem misericórdia, e a quem quer, endurece o coração.

Dirás tu para mim: “Por que ainda culpa? Pois quem resiste à sua vontade?” Ó homem, quem és tu que a Deus replicas? Porventura, dirá o objeto de barro ao que o formou: “Por que me fizeste assim?” Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos de ira preparados para a perdição, para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para a glória preparou de antemão, a saber, a nós, a quem também chamou, não só dos judeus, mas também dos gentios?

Como também diz em Oséias: “Chamarei meu povo ao que não é meu povo, e amada à que não era amada. E acontecerá que, no lugar em que lhes foi dito: ‘Vós não sois meu povo’, ali serão chamados filhos do Deus vivo.” E Isaías clama acerca de Israel: “Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente será salvo; porque o Senhor executará a sua palavra sobre a terra, de modo que a cumprirá em justiça.”

E, como já tinha sido dito antes, se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência, teríamos nos tornado como Sodoma, e seríamos semelhantes a Gomorra.

A Palavra de Fé e a Justiça de Deus

Que diremos, pois? Os gentios, que não seguiam a justiça, alcançaram a justiça, a saber, a justiça que é pela fé; mas Israel, que seguia a lei da justiça, não alcançou a lei da justiça. Por que isso? Porque não o buscaram pela fé, mas, como que por obras da lei; tropeçaram na pedra de tropeço, como está escrito: “Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo; e todo aquele que nela crer não será envergonhado.”

Esse versículo reflete um dos maiores dilemas na teologia paulina sobre a justiça divina. Paulo reconhece que a justiça de Deus é acessível a todos, mas que os judeus, ao tentarem alcançar a justiça por suas próprias obras e pelo cumprimento da Lei, acabaram se distanciando da verdadeira justiça que vem pela fé em Cristo. Por outro lado, os gentios, que não tinham a Lei, receberam pela fé a justiça que Deus oferece.

Paulo, então, coloca diante de seus leitores a questão de como a justiça de Deus é universal, mas ao mesmo tempo se manifesta de forma diferente para aqueles que tentam obter salvação pelos seus próprios méritos (como os judeus com a Lei) e para aqueles que acreditam em Cristo (os gentios). Ele reitera que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todos, independente de sua origem.

Conclusão do Capítulo 9

O capítulo 9 de Romanos aborda a soberania de Deus em Sua escolha e em Sua graça, sem que isso represente injustiça. Paulo também destaca o problema da justiça buscada pelas obras, em contraste com a justiça que é alcançada pela fé. Este dilema continua a ser central na teologia paulina, e a mensagem de que a salvação é pela fé em Cristo permanece como o fundamento de seu evangelho.

Capítulo 10: A Salvação Pela Fé e a Pregação do Evangelho

1. O Desejo de Paulo Pela Salvação de Israel

Irmãos, o bom desejo do meu coração e a minha oração a Deus por Israel é para a sua salvação. Porque dou-lhes testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Pois, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para a justiça de todo aquele que crê.

Paulo expressa seu desejo profundo de ver o povo de Israel salvo, mas reconhece que, apesar de seu zelo por Deus, eles estavam buscando a salvação de uma forma errada, tentando alcançar a justiça por suas próprias obras, ao invés de aceitarem a justiça que vem de Deus, por meio da fé em Cristo. Ele ressalta que Cristo é o fim da Lei, ou seja, o cumprimento do propósito da Lei, que é levar o ser humano a uma dependência total de Deus e à salvação pela fé.

2. A Justiça que Vem de Deus

Moisés escreve que “o homem que praticar a justiça que é pela lei, viverá por ela.” Mas a justiça que é pela fé diz assim: “Não digas em teu coração: ‘Quem subirá ao céu?’, isto é, para trazer Cristo do alto; ou: ‘Quem descerá ao abismo?’, isto é, para trazer Cristo dentre os mortos.” Mas o que se diz é: “A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração.” Isto é, a palavra da fé, que pregamos: se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.

Aqui, Paulo explica a diferença entre a justiça baseada na Lei e a justiça que vem pela fé. A Lei exige que o homem cumpra todas as suas ordenações, mas, como nenhum ser humano pode cumpri-la perfeitamente, a justiça pela fé se torna o meio de salvação. A confissão de Jesus como Senhor e a crença em sua ressurreição são os pilares dessa justiça pela fé. Paulo cita Deuteronômio para demonstrar que a salvação não está distante, mas está ao alcance de todos que creem e confessam Jesus.

3. A Universalidade da Salvação

Pois com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: “Todo aquele que nele crer não será envergonhado.” Pois não há distinção entre judeu e grego; porque o mesmo Senhor é Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

Aqui, Paulo enfatiza que a salvação pela fé em Cristo é universal. Não importa se alguém é judeu ou gentio, todos têm acesso a essa salvação se invocarem o nome do Senhor. A salvação não faz distinção entre etnias ou culturas; ela está disponível para todos.

4. A Necessidade da Pregação do Evangelho

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão se não houver quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: “Quão formosos são os pés dos que anunciam o evangelho da paz, dos que anunciam boas novas de boas coisas!” Mas nem todos obedeceram ao evangelho; pois Isaías diz: “Senhor, quem creu na nossa pregação?” Assim, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo.

Paulo destaca a necessidade de pregação do evangelho para que as pessoas possam crer em Jesus. A mensagem de salvação precisa ser proclamada, e os pregadores precisam ser enviados. Ele cita Isaías para ilustrar que, apesar da proclamação do evangelho, muitos não a aceitarão, mas isso não diminui a importância da pregação. A fé é gerada pelo ouvir a palavra de Cristo, e os pregadores desempenham um papel crucial nesse processo.

5. O Ouvindo e O Respondendo à Palavra

Mas digo: Não ouviram? Sim, por certo que ouviram, pois a voz deles se espalhou por toda a terra, e as suas palavras até os confins do mundo. Mas digo também: Acaso Israel não soube? Primeiro, Moisés diz: “Eu vos provocarei à ciúmes por um povo que não é povo; por uma nação insensata vos farei irar.” E Isaías se atreve a dizer: “Fui achado pelos que não me buscavam; manifestei-me aos que não perguntavam por mim.” Mas quanto a Israel diz: “Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contraditor.”

Paulo explica que a palavra de Deus foi ouvida em toda parte, e os gentios, que não buscavam a Deus, agora se achegaram a Ele, cumprindo as profecias de Moisés e Isaías. No entanto, Israel, que tinha a promessa de Deus, rejeitou a mensagem de Cristo, tornando-se um povo rebelde e desobediente.

Conclusão do Capítulo 10

Paulo deixa claro que a salvação está disponível a todos, mas depende da fé em Cristo, expressa pela confissão e crença em sua ressurreição. Para que as pessoas possam crer, é necessário que o evangelho seja pregado, e para que a pregação aconteça, é preciso que os mensageiros sejam enviados. A fé vem pelo ouvir a palavra de Cristo, e essa palavra precisa ser proclamada ao mundo inteiro. O capítulo 10 de Romanos reforça a universalidade da salvação, a necessidade de evangelizar e a resposta humana à palavra de Deus.

Capítulo 11: A Remanescência de Israel e a Salvação dos Gentios

1. A Fidelidade de Deus em Meio à Rejeição de Israel

Digo, pois: Acaso rejeitou Deus o seu povo? De maneira nenhuma! Pois também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, a quem antes conheceu. Ou não sabeis o que diz a Escritura, como na passagem de Elias, que invoca a Deus contra Israel, dizendo: “Senhor, mataram os teus profetas, e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e procuram a minha vida”?

Aqui, Paulo começa a esclarecer que, apesar da rejeição de muitos em Israel à mensagem de Cristo, Deus ainda não rejeitou completamente o Seu povo. Ele próprio é um exemplo, como israelita fiel. Paulo cita Elias, que, mesmo vendo a rebelião de Israel, soube que Deus sempre preserva um remanescente fiel.

2. O Remanescente Fiel e a Graça de Deus

Mas que lhe diz a resposta divina? “Reservei para mim sete mil homens, que não se curvaram diante de Baal.” Da mesma forma, também, até no presente tempo, ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. E, se é pela graça, já não é pelas obras; de outra forma, a graça já não seria graça.

Paulo reforça a ideia de que Deus sempre preserva um remanescente fiel, aquele pequeno grupo de pessoas que permanece fiel a Ele. A salvação é pela graça, e não pelas obras. Se fosse pelas obras, a graça perderia seu verdadeiro significado. O remanescente fiel é um exemplo da fidelidade de Deus à Sua aliança, mesmo diante da incredulidade de muitos.

3. A Cegueira Parcial de Israel

O que, pois? O que Israel busca, isso não alcançou, mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos, como está escrito: “Deus lhes deu espírito de torpeza, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até o dia de hoje.”

Israel, que procurava alcançar a justiça por suas próprias obras, não conseguiu alcançar a salvação. No entanto, os eleitos, um remanescente, alcançaram essa salvação. Os outros foram endurecidos, uma cegueira espiritual que se abateu sobre eles, como foi profetizado.

4. A Salvação dos Gentios e o Propósito de Deus

Digo, pois: Acaso tropeçaram para que caíssem? De maneira nenhuma! Mas pela sua queda veio a salvação para os gentios, a fim de os provocar a ciúmes. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude?

Paulo explica que, embora Israel tenha rejeitado a mensagem de Cristo, isso não significa que Deus os tenha rejeitado completamente. Pelo contrário, a queda de Israel abriu a porta para a salvação dos gentios, com o objetivo de provocar Israel à ciúmes, para que retornassem ao Senhor. A salvação dos gentios é uma bênção que, no fim, também trará benefício a Israel.

5. A Ingraftação dos Gentios

Porque, se tu foste cortado da oliveira brava, e contra a natureza foste enxertado na oliveira cultivada, quanto mais estes, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira? Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais sábios aos vossos próprios olhos: que a cegueira em parte aconteceu a Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.

Paulo usa a metáfora da oliveira para explicar o plano de salvação. Os gentios, que antes estavam separados de Deus, foram enxertados na oliveira cultivada, que é Israel. No entanto, ele lembra aos gentios de não se orgulharem disso, pois, no futuro, Israel também será restaurado, e será novamente enxertado na sua própria oliveira.

6. A Restauração Final de Israel

E assim, todo Israel será salvo, como está escrito: “De Sião virá o Libertador, que apartará de Jacó as impiedades.” E este será o meu pacto com eles, quando eu tirar os seus pecados. Quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas quanto à eleição, são amados por causa dos pais. Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.

Paulo conclui dizendo que, no fim, todo Israel será salvo. Embora Israel tenha se tornado inimigo do evangelho por causa de sua rejeição a Cristo, eles ainda são amados por causa das promessas feitas aos patriarcas, como Abraão, Isaque e Jacó. Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis, e, portanto, a restauração de Israel acontecerá.

7. A Misericórdia de Deus sobre Todos

Porque, assim como vós também, em outro tempo, fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles, assim também estes agora foram desobedientes, para que pela misericórdia concedida a vós também estes agora alcancem misericórdia. Porque Deus encerrou todos debaixo da desobediência, para usar de misericórdia para com todos.

Paulo finaliza com uma reflexão sobre a misericórdia de Deus. Ele explica que tanto os gentios quanto Israel estavam debaixo da desobediência, mas Deus usou dessa situação para demonstrar Sua misericórdia para com todos. A misericórdia de Deus é o fundamento da salvação de ambos, gentios e judeus.

Conclusão do Capítulo 11

A salvação não é algo que pode ser conquistado por méritos humanos, mas é uma dádiva de Deus. Embora Israel tenha se afastado temporariamente de Deus, Ele ainda tem um plano de restauração para Seu povo. O plano de Deus de salvar os gentios não é para excluir Israel, mas para provocá-los à ciúmes e levá-los de volta ao Senhor. O capítulo 11 nos lembra da fidelidade de Deus, da importância da humildade e da misericórdia divina.


Conclusão do Evangelho de Paulo em Romanos

O livro de Romanos revela a maravilhosa obra da salvação de Deus, que é pela fé em Cristo Jesus. Paulo descreve como a humanidade, tanto judeus quanto gentios, está perdida devido ao pecado, mas como a graça de Deus oferece salvação a todos que creem em Jesus. Ele aborda a questão da justiça de Deus, da redenção pela fé, e da unificação de todos os crentes em Cristo, independentemente de sua origem.

Ao longo dos capítulos, Paulo também explora a importância da santificação e do viver de acordo com a nova vida em Cristo. Ele mostra que a vida cristã é marcada pela obediência a Deus, pela transformação da mente e pelo amor ao próximo. O evangelho de Paulo é um evangelho de esperança e de misericórdia, mostrando que, embora todos sejamos indignos, em Cristo temos o perdão e a vida eterna.

Romanos conclui com a exaltação da sabedoria e do conhecimento de Deus, que tudo planejou para a salvação da humanidade. Deus, em Sua infinita sabedoria, usou a desobediência de alguns para alcançar a salvação de muitos. No fim, todos aqueles que colocam sua fé em Cristo, tanto judeus quanto gentios, serão unidos em um só corpo, que é a igreja, a nova comunidade do povo de Deus.

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Publicado em:Diário do Flogão - Previsão do Futuro e do Passado | Máquina do Tempo Online

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