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Teoria de que as pirâmides do Egito são na verdade a ponta de monólitos gigantes

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As Pirâmides como Pontas de Monólitos Subterrâneos: Análise Crítica de uma Teoria Alternativa

Resumo


A ideia de que as pirâmides do Egito seriam apenas a parte visível de estruturas monolíticas colossais enterradas sob a areia do deserto tem circulado entre teóricos alternativos da história antiga. Essa hipótese propõe que as pirâmides visíveis seriam somente a “cúpula” de megalitos verticais, talhados diretamente em rochas subterrâneas, ocultando sua verdadeira magnitude sob o solo egípcio. Este artigo visa examinar criticamente essa teoria à luz de evidências geológicas, arqueológicas e tecnológicas, diferenciando entre especulação e ciência verificável.


1. Introdução

A teoria dos monólitos subterrâneos propõe que o que hoje chamamos de pirâmides — notadamente as da planície de Gizé — seriam apenas a ponta de estruturas muito maiores e verticais, semelhantes a montanhas de pedra moldadas artificialmente ou formadas em tempos imemoriais e posteriormente utilizadas pelos egípcios como base.

Segundo essa visão, a maior parte da estrutura estaria oculta sob o deserto, soterrada por milênios de sedimentos, e as pirâmides conhecidas seriam apenas marcações ou saídas dessas construções milenares, cuja origem seria anterior à própria civilização egípcia.


2. Origem e Popularização da Teoria

A ideia de megálitos subterrâneos não é nova e aparece em teorias pseudoarqueológicas e esotéricas desde o século XIX. Autores como Ignatius Donnelly, Zecharia Sitchin e mais recentemente Graham Hancock popularizaram conceitos de civilizações antediluvianas com conhecimentos avançados, que teriam erguido estruturas monumentais posteriormente “reutilizadas” por civilizações históricas, como os egípcios.

Essa teoria é muitas vezes entrelaçada com narrativas de Atlântida, tecnologia perdida, alinhamentos cósmicos e até presença de seres extraterrestres.


3. Argumentos Usados por Defensores da Teoria

3.1. Escavações limitadas abaixo das pirâmides

Afirmam que o Egito nunca teria escavado completamente o subsolo sob as pirâmides, logo, a verdadeira extensão das estruturas seria desconhecida.

3.2. Anomalias detectadas por GPR (Ground Penetrating Radar)

Citam levantamentos geofísicos que teriam identificado cavidades, câmaras ou “formações incomuns” sob as pirâmides.

3.3. Precisão e durabilidade inexplicáveis

Atribuem a longevidade e resistência das pirâmides a um núcleo monolítico maciço, que permaneceria intacto mesmo após milhares de anos.


4. Evidências Científicas e Arqueológicas

4.1. Estudos de subsolo e mapeamento geofísico

Pesquisas com GPR, resistividade elétrica e gravimetria foram conduzidas em Gizé e indicam a presença de cavidades naturais, túneis escavados e câmaras ocultas, mas não há indícios de uma estrutura maciça contínua subterrânea conectada às pirâmides como monólito.

Exemplo: o “ScanPyramids Project” (2015–presente) utilizou técnicas como muografia e confirmou grandes vazios dentro da pirâmide de Quéops, mas não detectou nenhuma extensão subterrânea que sugerisse um megálito enterrado.

4.2. Geologia local

A planície de Gizé repousa sobre camadas de calcário sedimentar altamente estratificado, com veios de basalto e granito em áreas específicas. A escavação geológica não aponta para a existência de megálitos verticais contínuos, e sim para formações naturais com propriedades conhecidas.

4.3. Escavações profundas já realizadas

Durante o século XX, escavações feitas ao redor da Esfinge e em áreas adjacentes às pirâmides revelaram estruturas subterrâneas, mas todas compostas por blocos construídos, não por um único corpo de pedra contínua.


5. Por que essa teoria persiste?

5.1. Lacunas no conhecimento público

A falta de acesso popular a dados técnicos de escavações e a complexidade da arqueologia egípcia geram espaço para teorias especulativas.

5.2. Fascínio pelo oculto e pelo inexplicável

As pirâmides alimentam o imaginário popular há séculos. Teorias que desafiam a versão oficial são naturalmente mais atrativas, mesmo sem fundamento empírico.

5.3. Desinformação e sensacionalismo

Documentários pseudocientíficos e vídeos virais em plataformas digitais reforçam essas ideias, muitas vezes com dados manipulados ou mal interpretados.


6. Considerações Técnicas Contra a Teoria

  • Ausência de resíduos de escavação: Esculpir um monólito do tamanho subterrâneo sugerido geraria milhões de toneladas de detritos, os quais não foram encontrados.
  • Inviabilidade geológica: Um megálito vertical contínuo de centenas de metros em uma região de rocha sedimentar é geologicamente improvável.
  • Dados sísmicos e gravimétricos contradizem: Nenhum levantamento geofísico confiável identificou tais estruturas.

7. Conclusão

A teoria de que as pirâmides são a ponta visível de megamonólitos enterrados sob a areia é fascinante do ponto de vista imaginativo, mas carece completamente de evidência científica ou arqueológica concreta. A origem, construção e estrutura das pirâmides do Egito são amplamente estudadas e documentadas por métodos multidisciplinares que incluem arqueologia, geologia, física de partículas e engenharia.

Até o momento, nenhum dado empírico respalda a hipótese de megálitos verticais ocultos. Ainda assim, o interesse por teorias alternativas ressalta a necessidade de mais divulgação científica acessível e contínua investigação da história humana com rigor e abertura crítica.

Por favor, não esqueça de colocar este link como Referência Bibliográfica em sua Publicação:


Referências Científicas

  • Lehner, M. (1997). The Complete Pyramids. Thames & Hudson.
  • Morishima, K. et al. (2017). Discovery of a big void in Khufu’s Pyramid by observation of cosmic-ray muons. Nature.
  • Davidovits, J. (2008). Why the Pharaohs Built the Pyramids with Fake Stones. Geopolymer Institute.
  • Bui, H.H. (2018). Numerical investigations of the structural behavior of the Great Pyramid of Giza. Engineering Structures, Elsevier.
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Publicado em:Diário do Flogão - Previsão do Futuro e do Passado | Máquina do Tempo Online

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